Primeiro foram os bancos. Pegando dinheiro do BC a juros baixos no século passado, e emprestando esse dinheiro para hipotecas. Foram milhões e milhões de casas compradas. Prazo de pagamento; 30 ou 40 anos.
A pilha de “papagaios” formada foi incomensurável. Dinheiro fiduciário, trilhões de dólares em dívidas, as coisas iam bem. A economia girava, o povo comprava e a festa parecia não ter fim.
Aliviaram-se os controles dos bancos, e estes tiveram uma idéia brilhante. Vamos descontar os títulos hipotecários com outros bancos, afinal, são tantos.
E assim foi feito, pegava-se um punhado de papagaios, estimava-se o valor e se vendia, com um pequeno desconto, para outras instituições financeiras.
Foi dado como fato líquido e certo de que algo vendido por uma instituição triplo A seria pago. Erro, grande erro.
De uma hora para outra as pessoas começaram a não poder mais comprar as casas novas, necessárias para que a roda continuasse a girar, e nem podiam também pagar os papagaios.
E a crise aconteceu. Calote geral da população e nenhuma prestação paga daí em diante. Quebradeira.
O medo foi tanto que os Estados compraram o que puderam de papagaios dos bancos, dando liquidez ao mercado. Como a dívida tinha outro dono, agora o Estado, e como se pretende afirmar que Estados não quebram, as bolsas tiveram um alívio de 3 anos.
E foram imprimindo dinheiro e comprando dívidas. Mas o problema é que a receita para acabar com a crise apenas a alimentava. Se o problema é dívida, vamos fazer mais dívida.
Na verdade aliviaram o lado dos bancos, evidentemente. O povo, aquele que precisava pagar os papagaios, a gente comum, estes foram deixados à míngua. Prometiam-lhes EMPREGOS enquanto jogavam trilhões de dólares na mão dos banqueiros.
- É uma crise do capitalismo - gritavam um bando de pessoas que recebem do Estado seus salários, suas aposentadorias, uns sem culpa, porque a vida é assim mesmo, outros conscientes da ideologia envolvida. Outros, vendo a grana fluir leve e solta se agarraram às tetas do Estado e cataram o que puderam. Foi uma festa também, menor, mas ainda assim uma festa.
- E uma crise do socialismo – grita a outra turma. Certos de que o capitalismo vai continuar.
Hoje o que temos é uma dívida impagável e a incerteza toma conta da população mundial. Ninguém mais sabe o dia de amanhã.
Olham-se os jornais da manhã e o que se vê como manchete é que a cidade de Londres está sendo literalmente incendiada. As bolsas na Europa todas caindo numa espiral maluca e o mundo aterrorizado.
O ciclo vai ter de continuar. Para consertar a situação a receita vai ser colocada em pratica. Mais dinheiro.
Enquanto a grana não aparecer quem aparecerá será a violência, o assalto da população jovem às lojas e supermercados, a bagunça vai se generalizar, vai se espalhar e poderemos entrar em uma convulsão social na Europa. (a foto abaixo é dessa manhã do dia 09/08/2011)
Em 10 dias as bolsas perderam 8 trilhões de dólares no mundo inteiro. Os seres que dirigem a orquestra da globalização estão agora reunidos para saber o que é que está acontecendo e como resolver a situação.
Espere por pelo menos uns 15 trilhões de dólares injetados imediatamente e possivelmente a monetarização de extensa parcela das dívidas soberanas.
Nada será pior.
Mas na visão do mercado, ou melhor, na visão daqueles que estão perdendo esses 8 trilhões de dólares, tem de ser feita a injeção monetária imediatamente.
A crise está ai. Acionada porque um grupo pequeno de congressistas americanos não quer que se pague mais impostos e se viva além do que se arrecada.
Quem está fazendo a crise então? Os jovens que esperam receber as benesses do Estado, ou os velhos que não querem pagar essa conta?
Acontece que a situação fugiu do controle, e agora não se sabe o que pode acontecer.
Fique preparado
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