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sábado, 10 de setembro de 2011

Quem poderia nos dizer a verdade?





O mundo globalizado de hoje causou um movimento, também global, de se esconder a verdade. O reflexo disso, na verdade, é que as pessoas já não sabem o que esperar dos acontecimentos.

É exemplo claro disso a ameaça a Israel pelos egípcios e outros países árabes vizinhos a Israel. Mesmo com esse tipo de ameaça as pessoas, acostumadas que estão à tensão na região, simplesmente não reagem ao evento, pelo menos não estão achando que possa haver alguma invasão ou crise mais séria. Outro evento ameaçador é a crise grega na Europa, que pode, e vai, desencadear uma crise financeira jamais vista na Europa com reflexos imediatos na economia global.

Nesse final de semana acontecerá o prazo final para que a Grécia passe em revista suas contas e admita, afinal, que não conseguiu atingir suas metas econômicas com relação aos cortes de gastos, vendas de empresas estatais, e aumento de impostos.
Amanhecerá na segunda-feira dando um calote de 644 bilhões de euros na praça.
O que virá depois que a Europa assistir o euro entrar em colapso, e Israel ser finalmente atacado por seus vizinhos?

Boa coisa não será. Mas não vejo ninguém sequer aventando essas possibilidades nos jornais do Brasil.

E olhe que são apenas duas ameaças mais evidentes que estou citando. Há diversas outras, inclusive as internas aqui no Brasil, tal qual a submissão ao governo do Banco Central, que está conivente com o desejo deste governo em flertar com uma inflação maior. O corte na taxa de juros e a demonstração do mercado de que acredita que haverá ainda mais cortes na taxa de juros na próxima reunião, joga um véu de desconfiança no mercado.

Poderia citar outras ameaças, mas ficaria escrevendo o dia todo sobre elas e, o fato concreto é que as pessoas parecem querer ignorar os eventos. Estou falando das pessoas esclarecidas, que lêem jornais e blogs na internet, porque a maioria dos brasileiros apenas toca suas vidas para frente, indiferentes e ignorantes dos acontecimentos.

Já dizia o velho ditado que a ignorância é a mãe da felicidade.

Talvez seja por isso que os nossos meios de comunicação têm ordens de não informar, e por isso não podemos mais confiar neles, não precisam existir sob essa forma de controle, que tende a se agravar.

No caso brasileiro citado acima, caso tenhamos um evento econômico mais forte que o acontecido em 2008, o que sob meu ponto de vista o governo espera e sinaliza já baixando juros. Entendo que a razão da queda nos juros não é uma ameaça à escalada inflacionária, já que ninguém esta mensurando o que virá depois da quebra da Grécia.

Uma crise financeira mundial fará muita grana desaparecer, muito consumo ser adiado, senão cancelado definitivamente, e muitos preços, principalmente aqueles que estão em forte alta há anos, como é o caso do setor imobiliário, simplesmente desabarem.
Já não é uma questão se “se” e nem de “quando”, acontecerá a semana que vem pelo que se lê nas entrelinhas do mercado, aliás, já está acontecendo há vários meses, só não de maneira desordenada ou catastrófica e o mercado suportou a situação sem reclamar, ou entrar em pânico, até agora.

Pergunte ao seu vizinho, ele está ciente disso?

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