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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A segunda onda da primeira crise, 2008.


Tradução livre de    





O mundo vem comparando a situação do Lehman Brothers em 2008 com a situação da Grécia em 2012. São situações diferentes, pois o Lehman era uma instituição privada e a Grécia é um país.

Esse fato faz a diferença. Os papagaios do Lehman, assim como os da Grécia, estão, ou estavam espalhados por todo o sistema financeiro.

Quando o Lehman quebrou quase todas as instituições que estavam em apuros foram fundidas com entidades maiores (Bear Stearns, Merrill Lynch) ou tinham sido nacionalizadas (Fannie e Freddie). Aqueles que ainda estavam em pé depois da queda do Lehman, tiveram de se tornar instituições bancarias, já que eram bancos de investimento apenas, (Morgan Stanley, Goldman Sachs) para poder receber acesso às facilidades, (dinheiro sem juros) do FED, ou tiveram de ser nacionalizados (AIG).

Estas opções não estão presentes em relação á crise soberana Européia hoje.
Se a Grécia falir será que Portugal poderia se fundir com a Espanha? Ou a Itália não pode ser nacionalizada pela Alemanha e assim receber maiores facilidades do que já recebe do BCE.

Os fatos reduzem se à realidade econômica do nosso sistema.

1.      Não se pode resolver um problema de dívida com mais dívida

2.      Medidas de austeridade econômica reduzem o crescimento econômico que, por sua vez, torna difícil cumprir os pagamentos da dívida.

Isso é senso comum, básico. O que se tem feito desde o FED em 2008 até o BCE é:

 Nós vamos lhes dar mais dinheiro se você implementar medidas de austeridade.

Isso é o cúmulo do absurdo. Um ou mais países socialistas mandando ordens para que outro país socialista acabe com o bem bom do socialismo em seu território, e faça o seu povo virar capitalista de uma hora para outra além de pagar a conta para que os outros continuem no bem bom do socialismo.
meu comentário

O fato é que a Grécia não tem simplesmente nenhuma possibilidade de colocar suas “finanças em ordem”. A Grécia tem problemas uma população já velha, falta-lhe estrutura de crescimento econômico e principalmente questões culturais como o pensamento geral de que pagar impostos é para otários, o que torna impossível para a Grécia resolver a  questão.

A Grécia e o socialismo grego acumularam uma dívida tão enorme para os padrões gregos, que não há saída e, por isso, vai quebrar e quebrar de forma espetacular.

O impacto desse evento financeiro será tremendo. Em primeiro lugar todos mentem em relação à sua exposição aos títulos gregos. Elas são muito maiores do que o dito na mídia.

Então quando a Grécia quebrar os problemas serão muito, mas muito maiores do que as pessoas já estão esperando, em virtude de que mentir sobre a exposição grega é a praxe com os bancos europeus.

Em segundo lugar, quando a Grécia fizer o default, outros países terão de se perguntar:

Vamos optar por acabar com o socialismo e a farra? Ou vamos dar o calote também?

Pergunta difícil de ser respondida.

E se você acha que a dívida da Grécia com os bancos está subestimada, nem queria saber o que acontece com as dívidas espanholas e italianas. Há bancos na Alemanha com 60% do seu patrimônio (ou melhor, com o patrimônio das pessoas e empresas) expostos às dividas dos PIIGS.

Amigos, o sistema bancário europeu está à beira da falência. A quebra da Grécia não será um Lehman 2.0, será algo muito, muito pior.

Alguns desses países estão ostentando 20% de desemprego. O que acontece se seus principais bancos falirem?

E também se lembre que:

1.      UE é a maior economia mundial individualmente falando - PIB de 16,28 trilhões.
2.      È o maior parceiro comercial da China.

3.      Compra 21% das exportações americanas.

4.      Compra 121 bilhões por ano da America do Sul.

O impacto global de uma crise bancaria em termos de dívida soberana será tremendo.

A resposta é: estamos literalmente na véspera de uma crise que vai fazer a de 2008 parecer um piquenique no parque.

Chama o Lulla para parar a marolinha


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