Hoje a Índia anunciou um corte de 0,5% na sua taxa de juros.
Parece que o movimento de afrouxamento da política monetária por lá está em
andamento. O que também está andando é a inflação, 6,89% ao ano e subindo.
Não parece um contra senso econômico? Inflação em alta e
taxas de juros em baixa?
O que estamos assistindo por lá é um fenômeno econômico chamado
estagflação. Enquanto o governo toma medidas desesperadas para conseguir
crescimento econômico, a inflação corre solta. O pior dos mundos.
Nada diferente do que estamos vendo aqui no Brasil. Claro que
temos de agüentar o discurso de que está tudo bem por aqui, e que medidas macro
prudenciais estão sendo tomadas, seja lá o que isso quer dizer.
Inflação acima de 10% ao ano mata qualquer economia, menos a
nossa, que está preparada com a indexação - jeitinho brasileiro de não deixar o
credor ficar pobre, ou perder dinheiro. No resto do mundo essa mágica não existe,
inflação é indesejável e uma maneira de deixar o coletivo pobre e o Estado
rico. Não é à toa que se imprime um mar de dinheiro hoje em dia.
Atos como o Argentino ontem também buscam a morte súbita. Tomar
na mão grande, com uma canetada, o capital estrangeiro que veio como
investimento no país é, além de uma afronta, um ato desesperado de encobrir a
realidade econômica, que no mais ficará bem pior em breve futuro. É um
nacionalismo imbecil, contra producente e suicida.
Mas a evidência maior de que algo está errado é o que
acontece entre o euro e o dólar. Com toda essa confusão na Europa sobre as
dívidas soberanas, bancos envolvidos por um Himalaia de notas promissórias não pagas
e tudo o mais, o euro está ficando cada dia mais forte frente ao dólar, a
despeito do discurso nos EUA de que a economia por lá está nos trilhos e
subindo à taxa de 3% esse ano. No entanto o dólar está cada vez mais fraco. O fundamento
disso é que os EUA, através do Fed, continuam comprando seus próprios títulos e
injetando assim moeda no mercado.
Quer dizer; nada do que se lê nos jornais, escuta-se nas TVs,
é a verdade.
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