***************** ***********

Traduza o artigo

sábado, 22 de junho de 2013

Incontrolável



Nos dias de hoje, em tão complexo movimento social e econômico, é impossível querer controlar os eventos. Em quase tudo o que se tenta controlar o resultado é o contrário, ou pelo menos muito diferente do que se planejou.



Você pode emitir uma opinião do futuro imediato, das consequências de um ato, mas dai a afirmar que isso levará àquilo é impossível.

Antes eu ousava opinar sobre os fatos econômicos, mas o “novo normal” mudou a maneira como eu julgo os eventos econômicos. Hoje em dia as consequências de fatos econômicos não são mais previsíveis.

Está acontecendo nos EUA uma alta das taxas de juros. A causa é a simples expectativa de que o FED vai parar de imprimir dinheiro e comprar as notas promissórias assinadas por gente que nunca mais vai pagá-las. Essas notas deveriam estar lançadas nos balanços dos bancos a debito, isto é mudar da coluna de créditos a receber, para provisionamento de prejuízo tomado. Isso nunca foi feito. O que foi feito foi que o FED comprou esse prejuízo e colocou-o na conta do contribuinte do futuro, aquelas pessoas que acabam de nascer ou que ainda não nasceram terão de pagar a conta da festa americana das décadas finais do século XX e primeira década do XXI.

A teoria diz que com um aumento de juros as novas hipotecas deverão ficar mais caras. Teoricamente isso vai impactar o preço dos imóveis para baixo, já que menos imóveis serão comprados, pois que o crédito estará mais caro e por ai iria a corrente econômica no setor imobiliário.

Outra consequência do aumento de juros seria o impacto que a taxa teria nas contas públicas, já que quem gasta mais do que recebe fica devendo e o dinheiro tem de vir de algum lugar para cobrir as contas, ou tudo para.

Essas movimentações nas contas públicas e no mercado imobiliário são, segundo os teóricos da economia, movimentos devastadores para o crescimento econômico e para a recuperação econômica global.

Claro que se os EUA subirem sua taxa de juros, o dinheiro estrangeiro que viria para o Brasil irá preferir ficar por lá, ganhando menos, mas seguro de si. Isso forçaria o Brasil a aumentar as suas taxas internas de juros para atrair o capital estrangeiro. O mesmo vale para outros países e a guerra global, que era cambial, agora passa a ser também sobre as taxas de juros.

A teoria diz que se diminuirmos as taxas de juros a economia crescerá. Não foi o que vimos nos últimos 5 anos. A teoria também diz que se aumentarmos a taxa de juros a economia encolherá. No novo normal isso pode ser diferente também.

Uma coisa é certa. Aumentar a taxa hipotecaria será muito doloroso para os bancos, pois a teoria na prática é outra. Quando o planeta estava no inicio da inundação monetária pelos BCs, os pensadores econômicos jogaram o preço das commodities, ações, petróleo, ouro, tudo para cima, esperando o processo inflacionário, que diziam ser inevitável, atingir os preços de todas as coisas. Não foi o que aconteceu. Houve de fato alguma inflação, mas bem dentro da especulação que acontecia nos mercados.

O QE vai ser desativado e o mundo já não sabe o que esperar; inflação ou deflação? Essa questão está posta desde o início da manipulação para construir um futuro melhor.

A natureza mostrou que nada que ela não queira irá acontecer na economia também.

A única coisa que podemos afirmar é que a dinâmica econômica está mudando e adivinhar o futuro continua sendo impossível.

Mas é sempre melhor fazer a viagem com o cinto de segurança colocado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário