Fora alguns problemas sazonais, como a falta de chuvas no
Brasil, puro atraso de São Pedro, todo o mundo se vê aliviado com o tempo ganho
para pagamento das dívidas.
Com o advento dos Quantitative Easings nos EUA, Europa,
China e Japão há dinheiro em abundância para fazer rolar as economias, ainda
que não se tenha obtido ainda o tão almejado objetivo, inflação.
Agora com o acordo que retirou o abismo fiscal de cena os
mercados estão prontos para que?
Está formada a unanimidade nos mercados. Quase 95% das
pessoas apostam que ele vai subir.
Quase ninguém discute quem vai colocar os dólares para rolar
a dívida Americana, Europeia e Japonesa, sem falar da Brasileira, Francesa,
Grega, Espanhola, e por ai vamos.
Como o mundo precisa continuar pedalando o consumo, senão a
bicicleta para de andar, veremos mais anúncios de impressão monetária através
do mundo, impressão essa já iniciada pelos japoneses.
A questão agora é
para onde vai esse dinheiro impresso?
As opções não são muitas, não é? Ou se gasta essa grana toda
e ai os preços vão subir aos céus, inclusive o preço das ações, ou se guarda
esse dinheiro, devolvendo-o via compra de títulos da dívida e fazendo a
felicidade dos governos gastadores e perdulários. Desta forma temos agora duas
bicicletas para apenas um ciclista.
Fiquem de olho no valor do dólar. Se o real começar a se
valorizar frente ao dólar com intervenções de compra do governo brasileiro,
isto é, uma volta ao trade anterior de valorização do Real, é porque o dólar, lá
fora, está perdendo credibilidade e não o real ganhando credibilidade. (artigos
de revistas e jornais especializados já deixaram claro que ninguém lá fora está
colocando fé no Brasil)
Isso ocorrerá já no próximo anúncio do FED sobre a
quantidade de títulos próprios eles vão comprar mês a mês. Hoje essa cifra é de
48 bilhões mensais, ou seja, 576 bilhões por ano, o que vale dizer que a dívida
que precisa ser rolada, a de curto prazo, que é de cerca de 1,1 trilhão está
sendo comprada pelo próprio FED. O resto, ou a outra metade, ainda são
comprados pelos outros países e fundos que aplicam nesses títulos.
Mas o FED imprime outros 500 bilhões para socorro de
entidades governamentais, estados e municípios. Essa festa mantém o mercado em
alerta contra a inflação.
Vocês nem queiram saber se a inflação aparecer nos EUA de repente,
o que aconteceria.
Desvalorização do dólar implicaria que o mundo inteiro
deixaria de comprar os títulos americanos. Já que ele paga taxa de 0,25% ao
ano, e há quem compre porque sustenta-se que os EUA são o porto seguro do
mundo, o fundo que aplica nesses títulos vêm, há cinco anos, perdendo pelo
menos 1,75% ao ano.
Isso tem limites e essas aplicações só acontecem porque os
outros países não são dignos de nenhuma confiança, mesmo os que pagam 7,25% ao
ano, caso do Brasil.
A explosão no mercado de ações não seria para baixo, mas
para cima.
Com tal quantidade de dinheiro sendo impresso e com os
governos comprando os próprios títulos, o dinheiro está na mão do mercado. O mercado
não sendo remunerado para comprar dívidas vai comprar bens tangíveis. E onde é
o melhor lugar para se gastar dinheiro que o mercado de ações?
Nesse caso os governos se veriam obrigados a aumentar o
premio de captação da moeda, isto é, aumentar a taxa de juros oferecida ao
mercado.
A pretensão dos governos é evitar uma pequena recessão de 6
meses agora, e para isso estão criando uma recessão de 10 anos em breve futuro.
O mercado está todo assanhado para ver esse movimento
acontecer, só que ainda não se mexeu depois da alta do final do ano. Apenas aguarda.
Mas fica a lição: Como se gasta um trilhão por ano impunemente.
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