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terça-feira, 20 de março de 2012

De repente meu discurso virou o discurso de todos em todo o mundo.



Por que será que de repente o mundo inteiro é tão pessimista quanto eu sou?

Se você está assistindo a Bloomberg deve estar se perguntando do que eles estão falando hoje. Ontem a economia do mundo estava em perfeita condições, segundo eles, e hoje não há nenhuma commodity com desempenho positivo no mercado, o que vai levar as ações a caírem também.

Por que mudaram o discurso assim tão repentinamente?

O que causa tremendo stress no mercado é a China. A inflação por lá é um caso sério. A China, e sua população, não têm indexadores e a cada ponto de preço para cima ocorre queda das vendas proporcionalmente, pois com inflação o povo fica de fato mais pobre.

 Hoje de madrugada o preço dos combustíveis subiu mais 6% por lá. Segunda alta em menos de 6 semanas.

A inflação no mundo funciona diferente da inflação no Brasil. Aqui ela antecipa a compra do produto, no resto do mundo ele empobrece o povo. Não há indexação salarial e por isso a cada dia o povo fica mais pobre. Não há sindicatos para fazer indexação de salários na lei. Reclame lá e desapareça.




Onde estão as festas feitas em cima das vendas do ano passado? Não existem mais, pois as vendas estão simplesmente despencando em todo o mundo.

Reze para não acontecer queda do crescimento nos EUA e que a inflação lá seja breve e baixa, caso contrário o mundo vai ver o que eu tenho dito nestas páginas muito mais cedo do que você imagina.



Uma queda quando começa nunca se sabe onde ela termina. O que carrega a venda no mercado é o medo, que se transformado em pânico derrete o mercado tão rapidamente que não dá tempo para você pensar em agir.



Quem me acompanha deve se lembrar do que eu falei da gangorra entre inflação e deflação. Ambas são devastadoras para a economia, mas o mundo torce pela inflação. No entanto, ao primeiro sinal dela, os mercados já estão derretendo com os preços das commodities. Não há nenhuma em alta, e isso vai atuar no preço das ações ligadas ao setor, que, daqui para frente, serão consideradas “os demônios do mercado” e não mais “as queridinhas”.


Com esses fatos na mídia, a alta dos juros nos EUA já fez seu stop e começou a perder força. Mas será que a queda dos juros irá continuar?

Basta a China parar de comprar um pouco de títulos nos EUA e o taxa retomará a alta. É claro que a China esta esfriando sua economia e vai ter uma queda importante nas vendas e receitas de impostos, o que irá certamente afetar a sua compra de títulos nos EUA.

Além disso, a China esta comprando muito mais títulos da dívida européia, que estão pagando acima de 5% de juros ao ano, ao invés de 2,35% ao ano, como os títulos americanos.

Isso mostra que a confiança no crescimento americano é forte e que não é mais preciso deixar o dinheiro parado nos EUA apenas por segurança, ou o contrário, que os EUA estão em uma barca furada em sua economia e que o FED, ao invés de consertar as coisas, piorou o que já era ruim, os déficits gêmeos americanos.

Aliás, os déficits continuados são a única razão dos mercados não terem derretido ainda. A gastança continua... Em todo o mundo.

O dinheiro vai correr de um lugar para o outro rapidamente, vai sair do mercado de ações para o mercado de títulos. Vai ser rápido e doloroso para quem aposta em ações.

E tenho mais alguma coisa a dizer aqui, importante, e que todos os brasileiros estão mesmo acreditando.

Todos acham que o governo vai abaixar os juros para 9% ao ano no Brasil. Pode até acontecer, mas não vai poder manter. Assim que a taxa de juro nos EUA alcançar 4% não entrará mais nenhum dinheiro de investimento no Brasil. Vai ser uma revoada geral e irrestrita. 

Vai acontecer o mesmo com a China, a Índia, e todo o resto do mundo que pensa que pode competir com os juros americanos.

Quem sabe a nossa indústria se beneficie disso, mas tem de ser rápido, senão não haverá mais ninguém fabricando nada.

Não há como escapar da realidade da economia mundial. Não estamos crescendo, estamos em meio a uma crise sem precedentes e o dinheiro impresso, a falsa riqueza, vai começar a mostrar seus efeitos.

Está todo mundo querendo fugir da crise e ninguém sabe bem para onde correr. 

Haverá apenas a correria.

Toda a grana está na mão do setor privado e os Estados estão literalmente falidos.



A mudança está acontecendo.








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