Coisa do passado? Ou estamos mesmo falando mesmo sobre o
final do sistema baseado em dinheiro fiduciário, ou seja, toda a economia
funciona somente se houver crédito para as pessoas tomarem e gastarem à frente dos
pagamentos mensais.
Acredita-se que a função dos Bancos Centrais seja o controle
da inflação, mas isso parece ter mudado desde 2008. Os BC parecem querer
controlar a economia, coisa que se sabe ser impossível desde que existe uma lei
universal chamada de lei da oferta e procura, uma coisa imutável, tal como os
defeitos de caráter do individuo e da humanidade.
O remédio para a doença econômica que afeta o mundo, segundo
os atuais dirigentes dos BCs e da elite mundial, é mais dinheiro. Tese defendida
principalmente pelo eminente economista Ben Bernanke, presidente do FED. Parece
ser a repetição da tese defendida quando de sua formação escolar, e
coincidentemente, os eventos o levaram a dirigir o FED em período histórico semelhante
com o que foi visto na grande depressão de 1929.
Uma coincidência? Coisa de Deus? Basta de tentativas de explicações,
vamos aos fatos.
A desculpa para a nova impressão monetária, ou o que se
chama de estimulo econômico para colocar a econômica novamente em crescimento,
é a visão da economia em ruinas na Europa, no principal país emergente, a
China, e com efeitos no Brasil, Rússia e o resto da periferia econômica. Tudo está
parando.
Estamos vendo dois efeitos antagônicos, e inexplicáveis pela
lei da oferta e procura, com essas ameaças não cumpridas do que se chama de
QE3. Altas de alguns preços e quedas impressionantes em outros.
Com a queda de atividade econômica na Europa, Brasil EUA, os
valores do aço caíram cerca de 30% desde o mês de julho. Não foi só essa
commodity que teve seus preços derrubados pela lei da oferta e procura, outros
metais também tiveram a mesma sina. No entanto, o preço do petróleo e derivados,
da comida, espelhada no preço dos grãos, continuam em alta. A inflação na Europa
saiu de uma alta de 1,8%, no seu núcleo, no mês de julho, para 2,7% em agosto.
Acontece o mesmo através do mundo, já ninguém pode escapar
dos efeitos da impressão monetária, a inflação, no caso europeu estamos assistindo ao que chamamos de
estagflação.
Sim, na Espanha, por
exemplo, temos inflação mesmo com uma taxa de desemprego de impressionantes
25,1%, segundo a última medição.
Nos últimos discursos dos presidentes dos dois principais
BCs no mundo vemos que a intenção é sancionar a ordem para que o BCE possa
comprar ilimitadamente os títulos dos países endividados, já que o mercado, através
da lei universal, não quer mais emprestar dinheiro para rolagem da dívida a
taxas de juros de 1% ao ano.
A frase do presidente do BCE “ Farei o que for necessário para salvar o
Euro como moeda” é sintomática.
Ora, imprimir euros apenas desvaloriza a moeda e ataca a confiança depositada nessa mesma moeda pelo mercado. Não vejo como isso poderia salvar o Euro senão desacreditá-lo a ponto das pessoas o abandonarem definitivamente.
Ora, imprimir euros apenas desvaloriza a moeda e ataca a confiança depositada nessa mesma moeda pelo mercado. Não vejo como isso poderia salvar o Euro senão desacreditá-lo a ponto das pessoas o abandonarem definitivamente.
Continuando os discursos ameaçando colocar mais dinheiro no
mercado, veio a público nesta sexta feira passada, 31/08, o senhor Ben Bernanke
e disse: O FED irá providenciar mais
politicas de acomodação conforme for necessário para promover uma recuperação econômica
forte e sustentação do mercado de trabalho. E aqui vemos o porquê da alta do petróleo e seus
derivados, da comida e serviços.
A ameaça do FED
segundo alguns é de imprimir 50 bilhões de dólares mensalmente para comprar a própria
dívida americana, transferindo esse dinheiro aos detentores dos títulos americanos,
ou seja, ao mercado, até que a economia atinja as metas definidas pelo FED. Quer
dizer, se as metas não forem atingidas o FED imprimirá número não sabido de
dinheiro e manterá as taxas de juros na economia em 0,25% indefinidamente.
Já que os efeitos do QE, do QE1 e QE2, não tiveram ainda o
resultado esperado, o FED vai promover o QE#, ou apenas ameaçar com a intenção
de fazê-lo?
O mercado de ações e commodities ficaram completamente malucos,
violentíssimos, com movimentos de preços erráticos que chocam o mundo e interferem
nas politicas econômicas dos países, que nada têm a ver com essa verdadeira
guerra entre moedas sendo travada.
Sim, porque se o Presidente do FED acredita que algo em
torno de 2 trilhões de dólares já impressos nos diversos QEs já acontecidos
ajudaram a economia americana a se recuperar e não teve nenhum efeito colateral,
seria bom perguntar para nosso ministro da economia como são os problemas de
nosso Banco Central para controlar o valor de nossa própria moeda, o real, por
exemplo.
Nos EUA a principal consequência
dessa impressão monetária foi a destruição de boa parte da classe média
americana, empobrecendo as pessoas e enriquecendo os bancos. Já há 27 milhões de
desempregados nos EUA e o número continua crescendo.
Segundo o discurso do FED é preciso fazer mais, muito mais,
isto é, querem mesmo acabar com o sistema econômico vigente. Um movimento
coordenado de impressão monetária é o que estamos assistindo. Todos usando de estímulos
para suas economias, EUA, Europa como um todo, China, Brasil, todo mundo baixando
juros e incentivando a economia.
Vejam o crescimento conseguido pelo Brasil neste último
trimestre de incentivos, 0,4%, um assombro causado pelo incentivo dados à economia, caso contrário estaríamos como?
O que não se percebe nessa crise é que as dívidas dos países
estão subindo de maneira catastrófica em relação aos seus PIBs e logo o mercado
vai perder totalmente a confiança em rolar as dívidas dos Estados, já que se percebe
que muitos deles já estão insolventes, isto é, falidos. sem o dinheiro do mercado, só resta os BCs para comprarem essa dívida, uma coisa totalmente inexplicável, diga-se de passagem.
O que estamos assistindo nesse concerto para se consertar a
economia global é que estamos sendo guiados para fora do que seria uma breve
recessão econômica, o que se quer evitar a qualquer custo, para uma depressão global
em 2014/2015, de consequências imprevisíveis.
O fato é que o mercado percebe que a experiência de uma economia global baseada
em dinheiro fiduciário, onde o dólar é a moeda base, está no fim. Prova disso é
o preço do ouro e da prata, que são, segundo o mercado, a única defesa
financeira contra o ataque às moedas nacionais levado a efeito pelos BCs.
E por que o preço do ouro está subindo? Uma das causas é a
compra de ouro físico pela China, que por sinal o faz para defender sua enorme
posição em títulos americanos.
Bem, eu posso estar enganado e tudo isso não estar de fato acontecendo, não é?
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