Neste momento, antes de qualquer acordo de mais gastos, ou
pelo menos de não aumento de impostos, ou cortes de gastos públicos, é próprio de
o mercado ficar na indecisão.
Ora acreditamos no
poder dos políticos em não cortar gastos, ora acreditamos em que eles façam a “coisa
certa”.
Bem. A coisa certa
difere para cada um dos times que estão jogando o jogo.
Para o governo
americano do Democrata Obama, no momento com o leme nas mãos, o certo é continuar a gastança.
Há alguns
indicadores de que a economia americana está retomando o crescimento,
principalmente se olharmos para o que chamam de Housing Starts, ou seja,
permissão para que se construa um imóvel.
Veja o gráfico.
A aceleração no total dessas permissões está subindo
rapidamente, e não parece apenas um repique.
Querem nos fazer acreditar que a
festa da valorização dos imóveis está de volta.
Não é de se estranhar que com 5 anos de taxa de juros a zero, e
mais a promessa de que só se aumentará taxa de juros nos EUA, quando o pleno
emprego estiver em ação, o mercado queira mesmo acreditar nos dados econômicos.
Isso é argumento para que os socialistas ganhem a luta que
está em andamento no Congresso americano entre os Democratas e os Republicanos.
O outro lado quer que se faça economia, poupança. Querem que
o povo viva conforme suas verdadeiras posses. Isso traria uma recessão à
principio.
Mas é próprio do mercado esses ajustes, argumentam, sempre, que
depois da tempestade virá a bonança e o mercado mostrará a sua pujança no
devido tempo.
Não deixar isso acontecer é um erro crasso, segundo eles.
O mercado, antes da decisão, penderá ora para um lado, ora
para o outro.
Em minha modesta opinião não será desta vez que o governo
americano vai deixar de gastar. E também o cunho socialista da questão virá com
o argumento de sempre: quem deve pagar a conta são os ricos.
Segundo as melhores estimativas, Obama vai tungar dos ricos
esse ano de 2013 cerca de U$ 800 bilhões. Nada mal, mas isso é menos de 1/16 da
dívida de curto prazo. Não dá nem para encher o dedal.
Enquanto essa discussão inútil continua, é apenas uma
distração para a mídia usar para desviar a atenção do real problema.
E qual é o problema?
Bem meus caros, o governo americano, através do FED e seu
programa de QE, está comprando cerca de U$ 75 bilhões por mês de sua própria dívida. Quase 100% do que arrecadará do bolso dos ricos.
E por que esse é o problema? Porque se o FED está comprando
sua dívida é porque já não consegue rolar com capital privado, ou de outros países,
o total necessário mês a mês para o bom andamento da economia.
Esse governo precisa desesperadamente de manter o
financiamento público e, se cortar gastos antes de mostrar crescimento econômico, estará morto.O mercado vai desconfiar de sua lisura e transparência.
O discurso do FED, através do Ben Bernanke ontem em NY demonstra o desespero do FED em
relação aos políticos, e da situação em que estamos todos metidos.
Eu sei que de uma maneira ou de outra, agora ou mais tarde,
a conta vai ter de ser paga. Estou torcendo para que os exemplos contidos na
historia da civilização não se repitam, e que Bernanke e Obama estejam certos.
O que eu realmente sei é que dai vai sair um novo sistema, e
que essa mudança já está em andamento.
Outra coisa notável neste momento do mercado, é que estão aparecendo diversas companhias, grandes conglomerados, bancos, todos eles maquiando os balanços e escondendo prejuízos bilhardários. Fiquem atentos.
Outro Tópico que vocês devem prestar atenção é na Falência da Argentina, muito perto de acontecer, ou de alguma mágica à lá Menem, tipo desvalorização cambial ou coisa que o valha. Pura procrastinação da realidade tudo isso que está acontecendo, aqui, lá e acolá.
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