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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ponte








Todas as vezes que o mercado se americano de ações se aproxima dos topos os dedos ficam nervosos.

Nesta semana o mercado fez uma venda forte que foi o primeiro aviso de uma correção, não um topo 
gráfico. A principal razão dessa venda foi o comentário do FED sobre a possibilidade de se acabar com os QE de U$ 85 bilhões por mês.

Mas infelizmente para a América não existe a possibilidade de se parar de imprimir dinheiro. Quando se olha para o déficit americano há dois pontos de vista para isso.

O primeiro deles é olhar para o déficit de caixa, isto é, a diferença entre o que se arrecada no ano e o que se gasta. Esse número é hoje de cerca de U$ 1,6 trilhão de dólares.

A outra forma de se olhar para esse déficit é incluir os passivos não financiados, tipo seguro social com saúde, aposentadorias de funcionários públicos, seguros sociais de diversos programas e outros passivos, o número é estonteante, estima-se que chegue a U$ 220 trilhões.

Como esses números assustam o mercado, qualquer mudança na forma de financiamento desse déficit move o mercado com força. Enquanto a coisa fica apenas na ameaça as quedas são temporárias e o mercado se recupera e volta a fazer novos topos.

Como é possível que não se fale disso na mídia especializada?

Medo. É a única possível explicação, ou a ideia vendida de que um país não pode quebrar especialmente um país como os EUA, o Império.


Se puder leia esse artigo do WSJ acima para entender qual o valor da dívida americana e o perigo que isso representa para o sistema econômico vigente.

Quer dizer,  na verdade não há outra possibilidade de rolagem, ou financiamento dessa dívida que não a simples e pura monetização.

 A outra forma seria um corte de gastos radical que levaria os EUA a uma recessão sem precedentes. Induzir tal conserto econômico não faz parte do simples pensamento econômico atual e nem passa pela cabeça de nenhum politico. É um fato da vida e do sistema, o mercado precisa crescer sem parar.

A Europa, pelo menos a parte pobre da Europa está fazendo e impondo o sacrifício à população, não aos políticos, somente à população, e estão entrando em recessão. Dizem que em 2013 essa recessão, que é leve e será breve, segundo a vontade dos políticos, acabará.

De qualquer maneira, se a recessão na Europa fizer com que os políticos mudem de atitude e passem a gastar menos do que arrecada o Estado, as coisas poderão mudar.

Na Europa, se a atitude de cortes de gastos públicos atingir todos os países, ainda assim será muito difícil de se colocar as contas em ordem, quero dizer, levará muito mais do que 18 meses.

Nos EUA apenas se briga politicamente pela questão que, na verdade, não está nem na pauta do governo, cortar gastos. A ordem é aumentar impostos e reduzir subsídios às empresas em valores que chegarão aos estonteantes U$ 21 bilhões de dólares por ano. Parece piada, mas não é.

Assim, as ações não vão cair e, se o ouro voltar a subir inesperadamente, pode esperar que a impressão monetária saia da casa dos U$ 85 bilhões por mês para algo acima, bem acima, de U$ 120 bilhões por mês.

Nos EUA recessão é crime. Cultura americana.




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