Todas as vezes que o mercado se americano de ações se
aproxima dos topos os dedos ficam nervosos.
Nesta semana o mercado fez uma venda forte que foi o
primeiro aviso de uma correção, não um topo
gráfico. A principal razão dessa
venda foi o comentário do FED sobre a possibilidade de se acabar com os QE de
U$ 85 bilhões por mês.
Mas infelizmente para a América não existe a possibilidade
de se parar de imprimir dinheiro. Quando se olha para o déficit americano há dois
pontos de vista para isso.
O primeiro deles é olhar para o déficit de caixa, isto é, a
diferença entre o que se arrecada no ano e o que se gasta. Esse número é hoje
de cerca de U$ 1,6 trilhão de dólares.
A outra forma de se olhar para esse déficit é incluir os
passivos não financiados, tipo seguro social com saúde, aposentadorias de
funcionários públicos, seguros sociais de diversos programas e outros passivos,
o número é estonteante, estima-se que chegue a U$ 220 trilhões.
Como esses números assustam o mercado, qualquer mudança na
forma de financiamento desse déficit move o mercado com força. Enquanto a coisa
fica apenas na ameaça as quedas são temporárias e o mercado se recupera e volta
a fazer novos topos.
Como é possível que não se fale disso na mídia especializada?
Medo. É a única possível explicação, ou a ideia vendida de
que um país não pode quebrar especialmente um país como os EUA, o Império.
Se puder leia esse artigo do WSJ acima para entender qual o valor da dívida americana e o perigo que isso representa para o sistema econômico vigente.
Quer dizer, na verdade não há
outra possibilidade de rolagem, ou financiamento dessa dívida que não a simples
e pura monetização.
A outra forma seria
um corte de gastos radical que levaria os EUA a uma recessão sem precedentes. Induzir
tal conserto econômico não faz parte do simples pensamento econômico atual e
nem passa pela cabeça de nenhum politico. É um fato da vida e do sistema, o
mercado precisa crescer sem parar.
A Europa, pelo menos a parte pobre da Europa está fazendo e
impondo o sacrifício à população, não aos políticos, somente à população, e
estão entrando em recessão. Dizem que em 2013 essa recessão, que é leve e será
breve, segundo a vontade dos políticos, acabará.
De qualquer maneira, se a recessão na Europa fizer com que
os políticos mudem de atitude e passem a gastar menos do que arrecada o Estado,
as coisas poderão mudar.
Na Europa, se a atitude de cortes de gastos públicos atingir
todos os países, ainda assim será muito difícil de se colocar as contas em
ordem, quero dizer, levará muito mais do que 18 meses.
Nos EUA apenas se briga politicamente pela questão que, na
verdade, não está nem na pauta do governo, cortar gastos. A ordem é aumentar
impostos e reduzir subsídios às empresas em valores que chegarão aos
estonteantes U$ 21 bilhões de dólares por ano. Parece piada, mas não é.
Assim, as ações não vão cair e, se o ouro voltar a subir
inesperadamente, pode esperar que a impressão monetária saia da casa dos U$ 85 bilhões
por mês para algo acima, bem acima, de U$ 120 bilhões por mês.
Nos EUA recessão é crime. Cultura americana.
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