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sábado, 9 de fevereiro de 2013

O fracasso da politica monetária americana.



Do lado fiscal não há nada o que o FED possa fazer para equilibrar a economia, isso é próprio dos políticos.

Colocado frente a um problema de inadimplência monstruoso, que foi o processo do sub prime, o FED se viu frente a um dilema, deixar os ativos se desvalorizarem, com o risco de um processo deflacionário que poderia levar, e certamente levaria, à falência quase todo o sistema financeiro global, ou pagar a conta.

Ele pagou a conta e a partir dai o mercado passou a precificar a inflação futura.




Imprimir dinheiro desvalorizaria o dólar frente às outras moedas e reativaria um pedaço da economia, o exportador, já que uma escolha feita no passado pelos EUA, isto é, deixar que a economia manufatureira se mudasse para a China, não poderia mais ser passível de retrocesso em curto prazo.

Imprimir dinheiro também causaria a inflação, o que em última instância anularia boa parte da dívida americana em termos correntes.

Do lado dos efeitos colaterais veio o fato do mercado indexar a moeda às commodities.

Daí para frente toda a vez que há uma queda nos preços dos ativos, o FED intervém com mais dinheiro. O efeito colateral do efeito colateral foi uma guerra cambial, cujas consequências ainda não são muito claras para o mercado.



Essa politica é de longe a mais idiota e autodestrutiva combinação de politicas monetária, fiscal e cambial já vista na historia da humanidade.

Em meio a uma crise que se iniciou em 2008 o mercado aposta agora que essa crise já acabou e que, com taxas de juros mantidas negativas, os investidores, que simplesmente sentaram em cima de montanhas de pilhas de moeda corrente e não investiram em nada nos últimos 5 anos, venham agora a fazê-lo. (Pelo menos esse é o desejo do governo americano abundantemente explicado pela mídia)

Porém há vários limitadores nessa questão, já que os preços das ações, e commodities parecem estar atrelados. A maior delas é o preço da gasolina nos EUA que é tecnicamente impeditivo para que o povo consiga gastar em outros itens de consumo.

Ao atingir um determinado patamar, o preço da gasolina nas bombas impede o consumo e automaticamente, algum tempo depois, a confiança do consumidor cai, o consumo idem, e o preço das ações e commodities vêm juntos, fazendo com que o FED necessite imprimir mais dinheiro em socorro da economia.


 Este ciclo afeta enormemente a economia global, já que afeta o preço do dólar, afeta o preço do petróleo, afeta a competitividade de outros países. Os mais fortes simplesmente adotam a mesma politica cambial e monetária como arma de defesa, o que inflama ainda mais os preços.






Neste momento estamos vendo uma campanha midiática de bom humor para a economia global, mas o preço da gasolina está subindo no mundo todo concomitantemente, junto com os preços das ações. Querem nos fazer crer que a crise acabou e que, de agora em diante, o preço das ações vai subir. Vai mesmo, mas sob qual fundamento? Inflação?

Inflação acaba com a riqueza do povo, das empresas, mas não afeta os governos e países, já que um Estado não pode falir propriamente dito, quem vai à bancarrota é seu povo.

O problema maior é que estamos vendo os preços subirem e o desemprego indo junto, portanto não há fundamentos econômicos para que os preços subam que não o processo inflacionário, imposto pela guerra cambial e impressão indiscriminada de moeda.


A verdadeira escolha do governo americano foi entre a crise deflacionária, que o Professor Mario Henrique Simonsen dizia que matava, e a crise inflacionária, que ele dizia que aleijava.


Querem fazer o mercado acreditar que a crise acabou.

Como brasileiro que viveu o processo inflacionário por aqui desde os anos 70/80 do século XX, afirmo sem medo de errar.

- A crise nem bem começou.

Vamos ao futuro.









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