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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Entendendo o mundo econômico de hoje.




A informação dada à mídia é de que a crise foi controlada.

Quando se fala da crise temos de entender que ela, na realidade, era o perigo de falência do sistema financeiro seguido de um processo deflacionário grave.

A falência do sistema financeiro se daria em cima do calote tomado pelos bancos dos pagadores de hipotecas, o tal de Sub-Prime.

Para estancar esse calote os governos resolveram pagar a conta. Como a maioria dos governos não mantém orçamentos superavitários, isto é, gastam bem mais do que recebem de impostos, eles não têm riqueza suficiente para bancar essa conta com recursos da população vigente.

É muito fácil jogar a conta para as gerações futuras e dar um alívio para a geração atual, afinal, depois de minha morte -estou mesmo lascado e morto - não tenho futuro nem preocupação com isso. Hipócritas os que dizem o contrário, tirando a família, o resto que se...

Posto isso os Bancos Centrais através do mundo, num movimento  orquestrado, imprimiram cerca de U$ 13 trilhões, pelas contas mais pessimistas. Pegaram essa grana toda e fizeram o que com ela:

Parte desse dinheiro os governos colocaram para a conta da geração seguinte e seguinte, comprando seus próprios títulos da dívida pública. Dinheiro saído das maquinas, sem lastro de trabalho nenhum, isso não é verdadeira riqueza, mas enquanto o povo não sabe disso...

O movimento orquestrado de impressão monetária, e entrega aos bancos no intuito de que essas instituições pudessem arcar com os depósitos à vista e obrigações imediatas, colocou os bancos recebedores num dilema:

- O que vamos fazer com essa grana toda, que, se mantida a politica monetária por um tempo suficientemente longo, acabará com o valor intrínseco das moedas?

- Vamos pegar a moeda e comprar outras moedas de outros países? Que tal o Iene? Com o Japão engajado na guerra monetária. Ou o Euro? Que além do engajamento na batalha das moedas, é uma moeda com perigo de ruptura em futuro muito próximo.

- Que Tal a Libra Esterlina? Pior ainda, pois a impressão dessa moeda está nivelada com a impressão do resto todo. No mundo temos pelo menos 38 países em busca da taxa de juros zero e que estão engajados fortemente na politica monetária suicida, cada um com seu nível de loucura.

Isso nos mostra quão distorcido deve estar - em termos de mensuração de riqueza e possibilidade de honrar compromissos – o mercado de Bonds, ou títulos públicos.

 -Bem, começaremos a acumular ouro, mas o mercado do metal tem estado por demais na berlinda, e vai dar muito na vista se o preço da commoditie começar a subir forte demais.

 Passamos então a comprar terras em outras paragens, inflacionando, como mostrei a vocês num post recente, o preço das fazendas em todo o globo.

 -Paramos um pouco de comprar contratos de petróleo, pois a alta desse produto afeta o bolso do consumidor e influi no seu voto.

Os bancos, por enquanto, estão a salvo. Agora temos de salvar o povão para cabalar seu voto. Tarefa difícil.

Veja o que diz a diretoria do Wal-Mart depois da apresentação de seus resultados de final de ano:

Wal-Mart is facing a scary reality: the ailing finances of its core customers.

A Wal-Mart enfrenta uma realidade assustadora: A crise financeira de seus principais clientes.

Os “principais clientes” do Wal-Mart são o povão consumidor.

"The consumer isn't mentally or physically ready to spend on discretionary (Available for use as needed or desired) inventory (especially a periodic survey of all goods and materials in stock) and there's no reason to be optimistic.

O consumidor não está nem mentalmente e nem fisicamente pronto para gastar em produtos do inventário e não há nenhuma razão para estar otimista.

"The fundamental health of Wal-Mart's customer is concerning,"

A saúde fundamental do consumidor do Wal-Mart é preocupante.

“They are middle-class Americans and those aspiring to join the middle class,” Duke said. “Our customers are working hard to adapt to the ‘new normal,’ but their confidence is still very fragile.

Eles são Americanos de classe media e aspirantes à  classe media. Nossos consumidores estão dando duro para se adaptar à nova realidade, (que realidade será está? Não acabou a crise?), mas a confiança é muito frágil.

February sales a "total disaster
."

As vendas de Fevereiro... Um desastre total

É ai que mora o perigo, como eu disse no post abaixo. Mas na situação atual, perigo para o consumidor não quer dizer perigo para os bancos e banqueiros.

O povão que se exploda, diria Justo Veríssimo, deputado personagem de Chico Anísio.


O erro nessa estória toda foi não ter chamado um a um dos devedores de hipotecas, e dado a eles a quitação da sua hipoteca conforme o banco recebia o dinheiro do governo.


A dívida do pobre continua, seu nome está sujo na praça, o que impossibilita o sujeito e sua família de consumir.

Ganância 

Um comentário:

  1. Discordo apenas da solução dada ao final do texto: a quitação das hipotecas.

    Seria um péssimo exemplo. Seria o mesmo que dizer: olhem, vocês podem ser irresponsáveis que, se der tudo errado, o governo te salva.

    O que não poderia ter ocorrido, jamais, era o governo americano ter resgatado os bancos, isso sim. Deveria ter deixado falir quem concedeu crédito para pessoas que não podiam pagá-lo. O sofrimento seria extremamente agudo, concordo. Mas teria sido rápido e hoje, certamente, estaríamos vivenciando uma recuperação verdadeira, limpando o sistema de instituições corruptas, gananciosas e fraudulentas.

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