Quando se fala de crise, o que todo mundo espera é que a
bolsa caia.
Na vida das pessoas comuns nada de diferente acontece nessa
hora. Como diria nosso apedeuta mor, crise na bolsa é apenas uma marolinha. Não
deixa de ter razão, pois quem só conhece a vida na economia real, não imagina
que as bolsas estão antecipando a onda que virá.
No momento estamos surfando a segunda onda da crise, a de
maior espectro, e que vai atingir o mundo de forma ainda não sabida em suas consequências.
No momento a crise da Europa já se agravou a tal ponto que
as pessoas por lá lutam por sobrevivência e não mais por reformas. Elas virão,
mas como disse Paul Krugman semana passada, quando o impossível acontecer.
Mas, sem muito alarde na mídia, e com os dados econômicos simplesmente
mantidos no maior segredo possível, quem está no meio do vagalhão é a China.
A China está sendo atingida por diversos problemas. Como a
economia por lá é planificada até o último detalhe pelo governo, e como o
governo não deixa o mercado funcionar como deve ser, o mercado toma as providências
para funcionar assim mesmo, tardiamente, mas o faz.
A China tem supercapacidade de produção. Nem tudo o que se
produz por lá é lixo industrial. O setor imobiliário responde por 15% do PIB,
dizem.
Como tudo em economia funciona na teoria dos contrários,
quando o mundo esperava que a inflação estivesse batendo às portas chinesas, o
que vemos é deflação arrasando os preços, e o governo, desesperado, abaixando
taxas de juros, comprando dívidas dele mesmo, isto é, fazendo seu QE99, e
afrouxando rapidamente sua politica monetária.
O dinheiro do investimento estrangeiro já está, de velho,
batendo as asas do território chines. Vocês verão agora que os 2 trilhões de
dólares que eles têm em carteira de
reservas, não vão dar para sustentar a briga contra a situação que
montaram, nem mesmo por meio ano.
Os EUA e a Europa já estão no processo de acabar com suas
dívidas há tempos. Os EUA, com 4 anos de
taxas de juros zero, já eliminou grande parte da dívida. Está quebrando a
poupança dos fundos de pensão e as consequências recairão sobre o povo, mas
quem liga, temos de continuar vivendo.
O mundo inteiro deverá atuar da mesma forma, baixando a zero
a taxa de juros. Os rentistas terão de comer na mão do governo, recebendo pura
esmola daqui para frente. O intuito é fazer a economia crescer novamente, puro
sonho de uma noite de verão.
O crescimento será negativo por pelo menos 8 trimestres, e
agora o discurso será de uma economia
com “crescimento sustentável” de -0,5% ao ano, por baixo.
Claro que nossos governantes,
pelo menos a Dilma, já se engajou no papo dos antigos comunistas, agora
chamados de progressistas, e discursa dizendo que o PIB não vale tanto como a
educação que o governo dá para as crianças.
Pode?
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