Por que, de repente, todos estão falando que não pode haver
Austeridade e que os Keynesianistas e Keynes venceram o jogo do mercado e da
globalização.
Como o jogo não acabou, e parece que para essas mesmas
pessoas que defendem a “Não Austeridade” como saída do embrulho em que o
planeta está metido, economicamente falando, as palavras e opiniões fluem com
uma certeza inaudita.
Havia dois times jogando o jogo das ideias. Um dizendo que
era preciso gastar e, note bem, esses são os socialistas e estão no poder, e o
outro, os economistas de opinião contrária, cuja visão é: ser rico quer dizer;
ter dinheiro em caixa e não dívidas a pagar.
Para o segundo time ter dinheiro em caixa quer dizer:
trabalho, lucro, poupança investimento.
Para o primeiro time dinheiro em caixa quer dizer: eu sou o
dono da maquina que imprime o dinheiro, portanto sou Deus, tudo posso. Vamos
gastar.
O jogo não acabou, mas as regras mudaram. O primeiro time
abandonou o campo, perdeu por abandono, já entende que não há mais nenhum tipo
de saída para a atribulação, que não o desastre e a atribulação por ela mesma.
Não é mais preciso aconselhar avisar, dizer ou explicar. Tudo
está dito, e feito.
Depois do acontecido no mercado, falo da tal crise nunca
explicada e interminável, o que se sabe, superficialmente, é que a dívida não
podia ser paga com a riqueza acumulada na época, era pouca riqueza para muita
pobreza.
Foi feito o que foi feito, o que era preciso, segundo o
entendimento, hoje, geral. Manipulou-se o mercado para pelo menos deixar o
sistema financeiro à tona e respirando. Então se colocou as taxas de juros por
um longo tempo em patamares baixíssimos, e mais manipulação para transferir
dinheiro de cá para lá. Tudo às claras, sob a conivência dos governos e
governantes.
Não há reclamações. Ou isso ou o caos.
Virou moda. Agora é; ou mais gastos ou o caos.
Segundo os vencedores do jogo o planeta está saindo da
crise, mesmo que os dados estatísticos mostrem o contrário e que estamos caminhando
céleres para uma recessão.
As bolsas estão subindo, assim como o lucro dos grandes
conglomerados. As taxas de juros baixas estão colocando o valor dos ativos de
novo em patamares pré-crise. O capitalismo sobreviveu.
Eles todos têm razão. Para esse mal feito não há volta.
Quem vai pilotar a questão são as relações do mercado, cada
transação, cada venda, cada compra, bilhões delas, no devido tempo de
maturação. Vai levar algum tempo. Conviveremos, o mercado com a crise.
No final, cabeças vão rolar. As mesmas que não rolaram no
conserto natural que o capitalismo faria cinco anos atrás, rolarão no devido
tempo. Claro, além destas, outras entrarão na fila.
Caso os Bancos Centrais percam o controle o mundo vai ter de
achar outro mediador e controlador para a economia. Esta, a economia, existirá
enquanto tiver gente comprando coisas no planeta.
Ficou claro que os Bancos Centrais lidam com uma variável
nova e inédita na equação monetária que é esta: A taxa de juros funciona melhor
como corretivo do mercado quando a dívida não é tão enorme como a que está se
vivendo.
É como uma droga que a cada injeção se tem menos estímulos cerebrais.
E no final, ela mata.
Mas as evidencias são estarrecedoras. Falamos de dados econômicos
que estão sendo ignorados. Supunha-se que por esse tempo o “remédio faria seu
efeito”. Não é o que estamos assistindo. Os efeitos do remédio é o mesmo efeito
de não se ter receitado tal remédio e nem injetado a droga nas veias do
paciente. Ao que tudo indica, não há mais efeito nenhum na economia o fato de
se estimular a economia.
É por isso que a esperança dos Keynesianistas jamais morreu
ou morrerá. Estão esperando o intervalo acabar e o juiz entrar na arena para
anunciar o vencedor da porfia. Eles não podem perder o jogo. Mas vão.
Estão por ai festejando a impossibilidade de se parar de
fazer dívidas.
Se isso acontecer, morre quem emprestou e morre quem tomou
emprestado.
Assim, ficamos “abestadamente” olhando para os movimentos e
tentativas de se salvar a riqueza acumulada via manipulação de mercados.
Isso jamais
funcionou, nem nunca funcionará. Não adianta correr, o sistema está falido e
será substituído.
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