Há apenas alguns anos, aqui no Brasil, a mídia sustentava a incoerência
do FMI. Este vinha com receitas econômicas prontas para acabar com a crise.
As crises de antigamente eram situações de déficit publico, déficit
comercial e, portanto, falta de dólares e reservas internacionais. Isso trazia
descrédito e os investidores não vinham colocar seu dinheiro no Brasil para
ajudar a pagar as contas da dívida pública.
Enquanto nosso povo sofria e era vítima das promessas dos
partidos que, teoricamente, iriam acabar com aquela situação a realidade do
Brasil e do mundo estava mudando, dentro da dinâmica da globalização.
De repente o Brasil começou a usar a receita do FMI, parou
de gastar, diminuiu um pouco o tamanho do Estado, parou de indexar salários de
funcionários públicos e a grana começou a aparecer.
Mas ao invés de usar esse dinheiro para investimentos,
começamos a imitar os outros países, que viviam em uma verdadeira festança. Estavam agindo da mesma forma que o Brasil agia, mas não estavam no mesmo
estágio da crise. Naquele tempo a coisa era assim: "faça o que eu digo, não faça
o que faço”
Aquelas receitas do FMI não são boas hoje para os mesmos
países que nos enviavam os pacotes econômicos prontos. Economize aqui, faça
cortes, vendam empresas e ativos, e por
ai vamos.
Bons tempos aqueles.
Quando as mesmas receitas foram pedidas à Espanha, por
exemplo, tudo foi feito conforme o governo achava e não como o FMI recomendava.
Digamos que a "Austeridade" na Espanha foi implantada na marra, isto é, por pura
falta de recursos de qualquer tipo.
Hoje o FMI disse que: “A situação da Espanha passou de ruim,
porém sustentável, para pior e insustentável”.
A Dívida espanhola
precisa ser reestruturada. Em outras palavras a Espanha vai dar um calote generalizado
nos “lenders”. Vai haver o tal “corte de cabelo” certamente, e o trabalho do
barbeiro ainda não foi definido inteiramente, mas o prejuízo vai ser enorme
para os bolsos dos que apostaram em rolar a dívida do Estado Espanhol.
Não vai ser muito diferente do que aconteceu no Brasil na década
de 90, só que a quantidade de dinheiro desta vez é incomensuravelmente maior.
No decorrer da
situação, antes já vimos por lá os cortes em salários, pensões e gastos públicos, não
por influência ou gosto do FMI, mas por pura e total falta de grana. O país não
consegue pagar a dívida só com os impostos arrecadados e então vai distribuir a
mandioca generalizadamente.
Cheguei até aqui para mostrar a você leitor que a mesma
situação está acontecendo na Grécia, Itália, Irlanda, Argentina, Eslovênia,
Japão, e diversos outros países.
A mesma coisa acontece também nos EUA. Claro que ninguém
fala disso, mas podemos ver que as coisas estão indo muito mal por lá. Não são apenas
dados estatísticos que nos mostram isso.
Fatos econômicos mostram que alguma coisa grave está em
andamento, mais grave do que uma simples crise de dívida de um país. O recente
ataque ao preço do ouro (pura tentativa de defender o valor do dólar), a recente emissão monetária pelo Japão (outra tentativa de preservar o dólar), aumento do
desemprego generalizado no mundo, mais de 40% da população abaixo de 30 anos está desempregada, cidades pedindo falência e desaparecendo dos mapas (isso mostra a
situação de cidadãos de municípios que ninguém sequer presta atenção).
Confesso que estou procurando alguma coisa boa para poder
falar e escrever, mas além de ver o mercado caindo de seus máximos, lá fora,
lógico, porque aqui no Brasil a Bovespa está testando seu terceira tentativa de
romper os suportes, e saber que vai haver outra tentativa do SP500 romper a resistência
do novo topo, nada me diz para ficar esperançoso.
Mas já que não há nada de bom, vou preparar um post
mostrando o que de ruim acontece pelo mundo e que a mídia, não toma nem
conhecimento.
Aguardem
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