O mercado é o que é. Os fundamentos que movem sua trajetória são muito bem conhecidos e fazem parte da ciência econômica.
Como venho dizendo neste blog, na verdade tomando partido sobre a discussão em andamento, ou seja, a luta que é travada entre os que se aproveitam de peso e preço do presente consumo, em detrimento do consumo futuro. Nossa sociedade - via educação coletiva - procura extirpar o conceito de poupança reprodutiva da mente das pessoas.
Tentam também com essa atitude, atacar a formação de capital, já que a riqueza é medida pela capacidade que os governos têm de fazer aparecer dinheiro do nada e não na formação de riqueza através da produção e poupança.
É um ataque às leis básicas da economia, não importando em qual sistema politico vive a população do país que se analisa.
Mas enquanto o processo de destruição do sistema não atinge o seu final, as leis básicas continuam valendo mesmo com peso diminuído.
Mesmo tomando partido na discussão, minhas preferencias não podem mudar a realidade da situação.
Minha certeza pode não se completar, já que os conceitos em que são baseadas essas certezas podem já não existir na nova economia, criada pelo poder do dinheiro fiduciário infinito e sem a menor consequência econômica. (Pelo menos é o que se percebe na firmeza com que essa “verdade” é divulgada, sub-repticiamente ou não).
Como mostrei em recente post, a tecnologia está mudando os conceitos de trabalho, emprego e riqueza.
Todo o resto é pura conversa politica a cabalar votos e manter o poder.
Mas os gráficos ainda nos falam muito. Então vamos conversar com eles na pauta do post.
É sabido que o mercado constrói riqueza. Uma vez que você comprou um ativo qualquer, e se tiver paciência e as condições forem corretas, você provavelmente o venderá mais caro. Caso o tempo seja bastante curto para que a inflação não desabone a transação, você ficará mais rico. E quando os gráficos apontam altas consideráveis seguidas umas das outras a retirada de lucros é quase certa.
Isso é o que estamos vendo hoje no Dow Jones.
Olhando para esse gráfico vemos que a exaustão “oito a dez dias de alta” (topos e fundos mais altos que os anteriores) está lá no gráfico. O candle de hoje também é um candle de grande volatilidade, um marubozu de alta que aparece no topo do trade.
Esse candle já mostra que o dinheiro esperto está vendendo para o dinheiro otário. Na acumulação anterior há um candle de alta volatilidade negro, demonstrando a desconfiança do mercado, o que deu ensejo aos vendedores e mantenedores do patamar a entrarem com mais dinheiro na sustentação da compra.
O sinal de topo é iminente agora, se é que o de hoje já não o é.
O governo americano, nas palavras de seu chefe supremo, não vê como os EUA poderiam fazer qualquer ajuste no orçamento nos próximos 10 anos. É esse tipo de discurso que dá ao mercado a certeza vista no desempenho desse trade.
Palavras de Obama em discursos recentes:
"We don’t have an immediate crisis in terms of debt"
Nós não temos uma crise em termos de débitos.
"We're not gonna balance the budget in 10 years"
Nós não vamos fazer nenhum ajuste no orçamento nos próximos 10 anos.
Esse trade diminui as escolhas, teoricamente, do mercado. Numa
alta desse naipe, o mercado, devido às certezas impostas pelas circunstâncias,
não deixa a escolha da venda, portanto só há a continuidade da alta ou a parada
em nova acumulação.
Mas o mercado não age assim. A queda pode e deverá
acontecer, mais cedo ou mais tarde.
Ademais, o lucro está ai, basta retirá-lo.
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