Todas as intervenções econômicas têm consequências e estas
acontecem dentro do tempo em que as pessoas, as empresas e a velocidade do
dinheiro permitem.
O linguajar econômico nomeia as altas de preços como bolhas econômicas.
Quando esses preços ficam acima da possibilidade das pessoas, das empresas e do
mercado em geral de pagar pelos bens, a bolha estoura.
Os exemplos mais recentes
são a bolha imobiliária no Japão em 1990, que deixou a economia japonesa de joelhos
até os dias de hoje. O valor dos imóveis no Japão, a perola econômica na época,
era maior que todo o mercado imobiliário americano quatro vezes. A bolha da internet,
chamada de crise .com que aconteceu devido aos preços das empresas ligadas à
internet logo no início do século e
finalmente a grande bolha do Sub-Prime que engatilhou a chamada grande
depressão de 2008.
Digamos que no mundo moderno, o mundo da globalização, só
viu bolhas esporádicas e de determinados preços em setores também determinados
acontecerem. Quando a bolha aconteceu nos EUA no preço dos imóveis a queda dos preços dos imóveis
se acomodou em patamares muito mais baixos criando a crise de 2008. A despeito de estarmos vendo uma
recuperação destes preços e uma tentativa do governo de recolocar esses preços
no mesmo patamar de antes da bolha estourar, os preços ainda não conseguiram
tal intento.
A arma usada para que esse fato aconteça (recuperação dos preços em toda a economia) é o estimulo econômico
via impressão monetária, ou seja, inflacionando os preços artificialmente.
Essa
foi a tese de Ben Bernanke, presidente atual do FED, Banco central Americano, para
seu doutorado, onde defendia que a grande recessão de 1929 não aconteceria caso
o governo tivesse feito emissão monetária maciça e espalhado o dinheiro de helicóptero.
A consequência de tal intervenção na economia está trazendo
movimentos econômicos claros através do mundo. É evidente que qualquer
economista sabe que inflação acontece quando você aumenta a quantidade de moeda
não lastreada em circulação na economia. É uma função diretamente proporcional
o aumento de preços, ou desvalorização da moeda, com a sua quantidade.
Desta forma
os países que obtinham o dólar para formar reservas monetárias de valor,
passaram a diversificar essa poupança comprando outros ativos. Esse fato está formatando bolhas em diversos outros ativos
reais, tal como o ouro, o petróleo, os cereais, as carnes, os metais em geral,
ou seja, os preços do que se chama de insumos econômicos esteve subindo com
energia nunca vista na historia mundial. Era costume a alta desses preços antes
de uma guerra global, mas em meio à paz, é um movimento nunca dantes observado.
Nos últimos meses os governos, especialmente o americano,
junto com a mídia, estão fazendo uma campanha que procura demonstrar que a crise
econômica acabou. Isso está gerando uma
queda nos ativos acima mencionados e, ao mesmo tempo, uma valorização das ações.
Claro que por trás desse movimento está a emissão de U$ 85 bilhões
por mês para compras de dívidas dos bancos que, por sua vez, compram ações com
o dinheiro do FED e outros Bancos Centrais, por acordo tático com o FED. O fato
de ser anunciado que já não há mais risco de recessão na economia americana
inflama um movimento de venda nas commodities, o que, diga-se de passagem, não
tem nenhum fundamento econômico, pois que nada mudou na politica macroeconômica
global que mostre que as fichas da aposta dos governos saíram da mesa do jogo,
isto é, os estímulos econômicos que iniciaram a alta dos ativos reais
simplesmente continuam.
Então quem está vendendo? Certamente não é a China,
forte compradora de ouro, prata e outros metais, além de grãos. A queda desses
preços além de contribuir para a estocagem desses produtos pela China, ainda
mostra que quem vende está ficando muito mais pobre em ativos reais e muito
mais rico em moeda, papel que não vai valer absolutamente nada em breve futuro.
O que se está assistindo são
intervenções econômicas cada vez mais frequentes no mercado americano,
enquanto na Europa a falta de dinheiro e o acumulo de dívidas, deixa a região metida
na recessão e em alguns casos na depressão econômica, enquanto as bolsas
atingem novos recordes de preços.
Acontecesse tal movimentação econômica nos anos 80 e as
bolsas estariam perto do zero no mundo inteiro.
Qual seria a razão para tal movimento de compra e como se
explica a alta da demanda e a queda dos preços recente?
Estão querendo anular essa lei |
São coisa estranhas à lei de oferta e procura que acontecem
de repente no mundo e que nada explica a não ser pura e simples manipulação econômica.
No entanto essa lei continua valendo para tudo, queiram ou não nossos
governantes, o que vale dizer que todas as intervenções serão devidamente
desmanteladas ao seu devido tempo.
Em algum momento no futuro o FED vai ter de parar de
intervir na economia. Diz ele que faria e fará isso caso: a inflação mostre
suas garras acima das metas planejadas, 2% ao ano, ou quando a taxa de
desemprego na economia esteja abaixo de 6%.
Quanto à taxa de desemprego para que ela atinja os valores requeridos
poderemos ter de esperar até dezenas de anos e não ver acontecer, assim como
podemos ter uma aceleração econômica forte e esses 6% de taxa de desemprego
acontecerem em alguns meses apenas.
Na verdade essa é apenas uma aposta, não uma certeza no
tempo. O que é certo, porém é a desvalorização da moeda dólar ao longo do
tempo, à despeito dos EUA serem o único que podem imprimir a moeda. A inflação
virá e a formatação de uma bolha geral em todos os preços é liquida e certa. essa é a condição sine qua non do sistema de moeda fiduciária.
O que o mercado teme, e com razão, é o momento em que o FED
pare a politica de afrouxamento monetário. Não importa muito a razão pela qual
esse fato irá acontecer, mas ele acontecerá eventualmente e o mercado sabe
disso.
Se o FED parar de comprar a dívida americana, já que a
demanda por esses títulos caiu e a oferta continua subindo, pois que não se
diminuiu gastos correntes nenhum, e a intervenção nesse mercado acabar, a lei
acima mencionada, oferta e procura, voltaria a funcionar nesses preços (que no
caso é a taxa de juros da economia). O
mercado nesse caso passaria a cobrar pesados juros continuar mantendo o
financiamento dos gastos públicos do Estado americano.
Segundo o FED, isso não irá acontecer jamais. Como se o FED
tivesse o novo poder de manipular as leis da natureza e acabar com a lei da
oferta e procura e a seguir com a lei da gravidade ou podendo então, quem sabe,
manipular o tempo e o espaço.
O FED está, portanto, inflamando uma bolha, o preço da taxa de juros, de forma continua e segundo ele, irreversivelmente. quando essa bolha explodir, e não será um estouro simples, mas uma explosão nunca vista na historia da humanidade, ela certamente acabará com o sistema vigente.
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